quarta-feira, 13 de maio de 2009

Para o príncipe de um dia só:


Não era mesmo pra gente dar certo. Não era mesmo pra ser. Eu queria ter te dito tantas coisas, nem isso tive direito. Queria ter te dito como e qual foi a sensação que tive a primeira vez que te vi. Queria que você tivesse ficado sabendo que mesmo de relance, quando nossos olhares se cruzaram, senti algo diferente. No meio daquela fila de pessoas, só enxerguei você. Eu te vi primeiro, por mais que não pareça que tenha sido assim.
Quando você puxou conversa, sorri por dentro de felicidade. Quando a gente se beijou, aquele lugar barulhento silenciou e parecia que somente existia eu e você ali. Quando a gente se abraçou, senti o carinho e a proteção que tanto me fazia falta. O tempo podia realmente parar, estava tudo perfeito. Quando você disse que eu era linda, de fato me senti a mulher mais linda daquele lugar, por mais que tivesse consciência que isso estava longe de ser verdade. Quando a gente conversou e entendi quem era você, me segurei na cadeira e pedi a mim mesma para ter calma e não me apaixonar naquele momento mesmo. Quando você disse que me adorou, rezei a Deus para aquilo ser verdade porque para mim, de fato, era. Você era tudo o que eu havia sonhado durante os 23 anos que ainda tinha. Tive medo, confesso.
Tinha razão em ter medo. Era tudo bom demais para ser verdade. Era tudo perfeito demais para ser vida real. Nas outras duas vezes que ficamos você já não era a mesma pessoa. Não que tenha deixado de ser a pessoa linda que me encantou de cara, mas simplesmente seu interesse por mim já não era o mesmo. Dói dizer isso, mas essa é a realidade. Você sumiu e não me procurou mais. E os dias que a princípio estavam tão lindos e radiantes, ficaram numa neblina constante. E nada mais ficou normal depois que você apareceu e tão rapidamente desapareceu da minha vida.
Mas parecia que não era pra ser mesmo nós dois. Eu que nunca deixo de atender um telefonema, não te atendi nas únicas duas vezes que você me ligou. Eu que sempre tive o controle de tudo, me deixei perder o controle por você. Eu que nunca tinha me encantado por alguém a primeira vista, me apaixonei por você.
Me apaixonei. Ainda estou apaixonada. Não tive culpa, juro que quis fugir. Juro que tentei evitar. Era tarde demais. Me apaixonei. Essa é a primeira vez que confesso isso e também deverá ser a última. Me apaixonei e você nem sabe disso. Também nunca saberá.
Tudo podia ter sido lindo. Não foi. Eu podia ter dado o melhor de mim pra você, mas não existiu interesse de sua parte. A culpa não é sua. As pessoas chegam em nossas vidas e nos marcam de diferentes intensidades. Você me acessou de uma maneira mais intensa do que eu a você, se é que despertei algo. Tudo bem. A culpa não é sua. Não tenho raiva ou algo do tipo. Nem tenho porque sentir. Seria ridículo de minha parte culpar você por algo. Foi pouca coisa demais para existirem culpados. Não tenho raiva, mas confesso que tenho tristeza. Tenho uma tristeza imensa. Fiquei e ainda estou triste por não ter dado certo. Isso não posso evitar.
Só estou confessando isso tudo pra mim mesma hoje porque hoje preciso retomar minha vida. Preciso não mentir mais pra mim, assumir meus sentimentos para que a partir de então, possa também esquecê-los. Preciso deixar de esperar por algo que não vai acontecer. Não vale mais a pena esperar por você, nem faz mais sentido também. Preciso cumprir com minhas promessas de Ano Novo. Preciso me dar novas chances. Preciso ficar aberta pra deixar alguém entrar na minha vida, assim como estava quando você entrou na minha.
Podia ter sido lindo. Não foi. Preciso retomar a minha vida. Preciso esquecer você. Não vale mais a pena esperar.