quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Para você de verdade:


Eu sei que já faz muito tempo que a gente não se vê e nem se fala, você está levando sua vida e eu a minha; você está bem e eu também. Acontece que precisava te dizer algumas coisas que sempre tive muita vontade e sempre muita pouca coragem. Esses dias tava pensando que a gente vive passando pela vida das pessoas e nem sempre sabemos o que de nós ficou, se é que ficamos de alguma forma, se é que passamos de verdade.
Nós nos conhecemos há mais ou um ano, ficamos algumas poucas vezes e talvez pelo fato de ter sido pouco, não tive tempo, ou melhor dizendo, oportunidade de dizer que você passou e ficou por um bom tempo. Eu gostei de você. Gostei muito. Gostei de verdade. Era sempre com um carinho imenso que lembrava e me referia a você. Eu sei que nada disso faz nenhum sentido, mas as coisas verdadeiramente importantes não parecem fazer nenhum sentido mesmo, não é?
Durante o tempo que ainda nos falávamos pensei várias vezes em dizer, mas sempre desistia por um motivo bem óbvio: não mudaria em nada. Só serviria pra me sentir mais vulnerável. Até mesmo porque acredito que esse tipo de coisa deve vir de forma gratuita, sem forçar a barra, natural, espontâneo. E a verdade era que você não sentia o mesmo que eu, então era melhor ficar na minha, melhor deixar passar. Tudo bem, sem problemas. Não foi culpa sua e nem minha, simplesmente não foi e achei que era melhor deixar assim mesmo. E só agora depois de tanto tempo me sinto tranquila pra te dizer tudo isso. Sem intenção alguma, sem expectativa, sem espera. Só pra você saber mesmo. Só pra que quando um dia eu lembrar, pense comigo mesma que te disse. Só pra dar um sentido pra tudo isso.
Eu, que guardei uma quantidade enorme de carinho e nunca te dei, achei que deveria deixar pelo menos essas palavras de carinho. Novamente, não quero nada com isso. Você vai continuar levando sua vida e eu a minha, você vai continuar bem e eu também. Só precisava um dia dizer. E é isso, foi difícil, mas acho que consegui. "Ufa! Ainda bem."
Seja feliz. Muito. Sempre.

P.S.: Eu sei que escrevi o texto todo no pretérito, mas, apesar das minhas milhões de tentativas, ainda é presente.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Para você e pela última vez:


Tenho fugido de muitas coisas ultimamente. A dieta que vivo prometendo fazer e sempre deixo para próxima segunda. A monografia que me persegue 24 h por dia e sempre deixo para amanhã. As missas que sempre deixo pro outro domingo. A academia que sempre deixo pra mais tarde. Enfim, tenho fugido de tudo, até mesmo de escrever esse texto, mas de todas as fugas, nenhuma delas pesa mais em minha consciência do que a de te esquecer.
Já se passou tempo demais. Nada mais faz o menor sentido. As músicas ficaram velhas, as roupas que me lembram você estão armazenadas no armário, as piadas, as conversas, tudo, tudo ficou obsoleto. Até o hotel que fica perto da minha casa e que você mencionou no dia que a gente se conheceu mudou de nome. Não dá mais pra fugir, por mais que me doa, por mais que eu sofra, não dá mais pra fugir da realidade de que tenho que te esquecer.
Parei no tempo. Estagnei. Me prendi às lembranças e me perdi nesse amor que inventei só pra ser um pouquinho mais feliz. Eu falei amor! É a primeira vez que assumo isso e, olha só que maluco, tem que ser a última também. É uma pena. É uma grandessíssima pena que esse sentimento todo que guardei só pra você ficou somente sendo estocado dentro de mim e passou da validade. É uma pena que não tenha dado em nada. Tanto sentimento pra nada. É uma pena eu nunca ter te dito tantas coisas que ensaiei tantas vezes dizer. Como por exemplo, que sempre que te olhava, respirava fundo e dizia pra mim mesma como você era lindo. Que me segurava pra não te dar o abraço mais apertado do mundo. Que rezava por seu carinho. Que te via o tempo todo em meus pensamentos. Que sua lembrança acordava e ia deitar comigo todos os dias. Que te achava um príncipe, o mais lindo de todos, o que tanto havia sonhado. Que não havia nada em você que eu não amasse imensamente.
Eu quis você desde o primeiro dia. Eu quis tudo com você. Eu quis você como meu último namorado. Eu quis você para casar em uma tarde de sol, de frente pro mar, de flor no cabelo. Eu quis você como pai dos meus filhos. Eu quis você velhinho do meu lado. Eu quis você pra sempre.
Acontece que não posso mais insistir nessa história. Eu achei que o sonho, que nem acreditava mais que pudesse ser realidade, havia acontecido. Você, a pessoa por quem esperei a vida inteira finalmente havia aparecido. Aquele que traria vontade para as minhas manhãs sem disposição. Aquele que preencheria o vazio das minhas tardes sem graça. Aquele que traria sonhos para as minhas noites sem sono. Era você. Eu tinha certeza disso. E ainda tenho pra falar a verdade. Você era o príncipe sim, só não era possível pra mim.
Foi por tudo isso que te esperei por tanto tempo. Agora não posso fugir mais. Portanto, hoje eu estou abandonando o sonho que é você. Porque você foi isso mesmo, o sonho mais lindo de todos. Eu te quis muito e ainda quero se quer saber a verdade, mas agora preciso me querer. Tenho que te esquecer e dessa vez tem que ser pra valer. Preciso seguir meu caminho e, assim como você, encontrar a felicidade que tanto busco. Pena que não é com você... Sem problemas! Afinal, nem tudo, pra não dizer quase nada, acontece como a gente quer, não é? Sejamos felizes, cada qual a sua maneira.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Para meu melhor amigo imaginário:


Eu te criei diante de uma necessidade imensa de ter com quem desabafar. Diante da vergonha que sinto em assumir sentimentos tão platônicos, tão sem explicações, tão gratuitos, tão sem sentido. Talvez você seja a mesa, ou a caneta, ou o papel, ou o computador, ou até mesmo essas paredes. Não sei quem você é. Só sei que existe e sinceramente, não sei dizer como que estaria levando meus dias se não fosse você.
Também sei que gostaria de agradecer imensamente o apoio que você tem me dado diante de tantas controvérsias impostas pela vida. Quando tenho vontade de chorar é você quem me dá colo. Quando quero gritar é você quem coloca a mão na minha boca. Quando quero agir sem pesar é você quem segura meus instintos. Enfim, você nem tem um nome, nem um rosto, nem voz, mas é quem tem me escutado e aliviado minha angústia.
Já são tantas frustrações que nem sei se consigo listar. É tanto amor que trago dentro de mim. E pra nada. Pra ninguém. É tão grande o meu estoque de carinho e não tenho ninguém para dedicá-lo. São tantas pessoas que aparecem e por ironia do destino, a única pra quem eu gostaria de dar tudo o há de melhor que existe em mim, justamente ela, nem se lembra da minha existência.
E é você quem sabe como sou vulnerável. É você quem me manda ter calma. É você quem me diz que vai passar. E o que eu gostaria de deixar bem claro nessa noite é que não saberia como seria lidar com tantos sentimentos ocultos se não fosse você.
Tantas vezes que chorei ou quase chorei, sempre era você quem me fazia seguir em frente. Talvez você seja minha consciência. Talvez seja Deus. Talvez seja simplesmente a solidão que, com o tempo, se tornou minha maior companhia. Seja você quem for, obrigada por estar comigo. Sempre.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Para ninguém em especial:


Não tenho o menor intuito de ser escritora algum dia. Não tenho espírito de poeta. Não tenho uma mente tão criativa assim. Acontece que ultimamente tenho tido uma vontade imensa de desabafar, de expor meus sentimentos mais íntimos, minha dor.
Se eu gritasse bem alto, será que alguém me ajudaria? Não posso gritar. Não posso falar pra ninguém. Tenho que encarar esses sentimentos sozinha e sozinha também tenho que superá-los. Vai passar.
Só é impressionantemente ruim a sensação de impotência diante da vida. Querer tanta coisa e saber que tudo está tão longe das nossas mãos. Eu sei que jamais serei capaz de mudar o mundo, mas o meu mundo, pelo menos esse, gostaria muito de ter o poder de mudar. Nem isso posso.
Tenho que me acostumar a conviver com sentimentos novos. Talvez nem sejam tão novos assim, a presença deles já está virando rotina. Solidão, carência, tristeza, saudade... Ai a saudade... Saudade de tanta coisa. Saudade daquele momento que valeu por todos. Saudade daquele olhar que mostrava a verdade. Saudade daquele sorriso que me abriu o mundo. Saudade daquele abraço que falava mais do que nós mesmos. Saudade do cheiro. Saudade da pessoa que me fez acreditar que sim, sonhar seria possível.
Agora já vejo que é tudo bobagem, nada passou de um sonho. Nada foi de verdade. Tudo só existiu na minha cabeça. Os sonhos seriam perfeitos se não fossem sonhos.
Preciso parar de sonhar com o impossível porque só em sonhar, já está na cara que não vai ser. Preciso seguir em frente e viver mais a minha vida e menos o sonho. Viver muito menos o sonho.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Para o fantasma que é você:


Ontem voltei ao nosso lugar, aquele mesmo onde a gente se conheceu e nos encontramos outras vezes. E ficamos outras vezes. Fazia tanto tempo. Confesso que tinha medo de voltar lá e encontrar você mesmo que não fosse de carne e osso.
Fugi o máximo que pude e deixei passar tantos meses pra que eu tivesse certa que estaria curada de você. Besteira minha. Lá estava você. Em cada cantinho daquele ambiente, em cima, embaixo, nos sofás, nos bares, nas sacadas e até nas paredes. Lá estava você com seu perfume que não me abandonou a noite inteira. Lá estava você nas músicas e em todas as caras que nem pareciam com a sua, mas sabe-se lá, me levavam a você. Acontece que você nem estava lá de fato, entende?
Eu só queria que você soubesse que nunca, em momento algum sua imagem me abandonou. Eu senti uma saudade que doía mais que tudo. Eu queria gritar e dizer que era você quem eu queria que estivesse ali, e comigo. Eu desisto de tentar te esquecer. Eu desisto de tentar me convencer que alguém vai ocupar seu lugar. A vontade que tenho que você faça parte dos meus dias é tão grande que sufoca. Eu me rendo. Não tenho mais forças de lutar contra isso. Nem quero. Quero você, entende?
Não quero me enganar mais. Isso é bobagem. Você consegue ser maior do que todas as minhas tentativas. Já se passaram quase seis meses. É muito tempo. Engraçado que hoje até mesmo os outros caras que eu acreditava ser o máximo pra mim, nem esses me causam alguma espécie de vontade. Todos me cansam. Todas as outras histórias me cansam. Só você que permanece.
Hoje eu queria ter ficado deitada e não levantar tão cedo, só pra ver se eu esquecia a sensação que voltar aquele lugar me trouxe. Eu tive falta de ar, eu suei, eu quase chorei. E você nem estava lá. E ao mesmo tempo estava. Em todos os cantos. E mais ainda dentro de mim.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Para você que não vejo há tanto tempo:


Já se passou tanto tempo desde a última vez que nos vimos que já preciso até fazer força para me lembrar dos pequenos detalhes. Aquele dia, justamente naquele dia, nem sei descrever a sensação de te reencontrar.
É sempre assim quando te vejo. Não sei o que dizer. Não sei o que fazer. Não sei se finjo que não te vi. Não sei se sou simpática ou se sou fria. Não sei. Nunca sei como agir quando estou perto de você.
O fato é que naquele dia você estava lá. Sem nada combinado. Um dia qualquer no meio da semana. Você estava lá. Tão lindo. Tão feliz. Você fez um comentário na hora em que me viu e daria tudo para saber o que era. Era bom ou ruim? Qual a sensação? Existe alguma sensação?
Se existe destino para alguma coisa na vida, não teria a menor dúvida em dizer que naquele dia, aquela situação era nosso destino. Tudo teve um encaixe perfeito e a noite era mesmo para ser nossa. E de fato foi.
Acontece que você, com a mesma rapidez com que aparece, também some. E some sem deixar sinal. Some e me faz ter certeza que nada significa nada. Bobagem minha esperar algo. Bobagem minha esperar por um depois. O depois nunca existiu para nós dois. Quer dizer, nunca existiu para você. Em mim sempre ficou uma saudade imensa.
Você tem noção disso? Você faz idéia da saudade que sinto do seu sorriso, do seu abraço que parece maior que o mundo, do seu olhar misterioso, da sua pele e seu cheiro tão seu, do seu beijo que até hoje não consegui achar nenhum que chegasse perto, faz idéia? Você não é capaz nem de imaginar. É muito maior que eu. É algo que me tira o sono. E se durmo, acordo sonhando com o impossível que seria nós dois. Juntos. Sempre.
E os dias foram passando e agora já são tantos. Hoje sou eu quem não quero te ver só pra não me maltratar tanto. Não quero sentir de novo essa sensação de não saber. Não saber de nada. Não quero. O que eu queria mesmo era você. Queria e ainda quero tanto que você nem imagina a dimensão. É melhor continuar assim. Você procurando em tantas, ninguém. Eu procurando em poucos, alguém.
Deixa que continue assim até quem sabe o inesperado tão esperado surja de novo. E você apareça e desapareça. Mais uma vez. E fique só a saudade. Mais uma vez.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Para você que não deixa meus pensamentos:


Ah, vai... Deixa eu te esquecer um pouquinho. Deixa passar pelo menos um dia sem ser você a primeira pessoa em que penso quando acordo e em quem vou dormir pensando.
Ah, vai... Deixa meus pensamentos de vez em quando. Deixa que eu finja que você não apareceu rapidamente em minha vida e, mais rapidamente ainda, foi embora.
Ah, vai... Deixa que eu passe pelo menos um dia sem me sentir a pessoa mais idiota do mundo por fantasiar o que não existe. Deixa que eu pare de ficar idealizando, sonhando acordada, criando uma história que só existe na minha cabeça.
Ah, vai... Deixa que eu pare de querer mudar milhões de coisas em mim para me tornar mais interessante para você. Deixa que eu volte a acreditar que a pessoa certa vai aparecer e vai gostar de mim do jeito que sou e que você, definitivamente, não é essa pessoa.
Ah, vai... Deixa que eu volte a me sentir uma pessoa bonita e interessante. Deixa que eu volte a gostar de mim.
Ah, vai... Deixa que eu pense em mim. Deixa que eu volte a gostar de mim. Estou sozinha. Estou sentindo minha falta.
Ah, vai... Vai mesmo. Vai e leva meus pensamentos. Estou cansada.
Ah, vai... Deixa eu te esquecer um pouquinho. Deixa pelo menos hoje.
Ah, vai... Vai e não volta mais.